Conteúdo da Hashitag #11

Novos sabores importados do Japão

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Foodex, a maior feira de gastronomia na Ásia
Há cinco anos sem visitar sua terra natal, o chef Shin Koike embarcou no início de março para o Japão, onde cumpriu uma agenda intensa montada pela Jetro (Japan External Trade Organization), organização japonesa que trabalha com o intercâmbio comercial. A missão do chef era atrair os exportadores japoneses de produtos alimentícios para o mercado brasileiro. Para o chef, foi uma oportunidade também para se atualizar com as novidades do mercado na área gastronômica.

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Chef Shin Koike dando palestra na JETRO de Tokyo
A agenda oficial se concentrou em Tóquio, com uma curta esticada em Osaka e Kyoto. Em Tokyo, o chef Shin encontrou-se com representantes do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca, visitou a Foodex Japan, uma feira de gastronomia gigantesca, com quase 3.500 expositores vindos de 78 países, incluindo o Brasil, e teve contato com importantes chefs, como Hiroyuki Sakai, o Iron Chef da TV.

No dia 5 de março, o chef Shin proferiu uma palestra na sede da Jetro, em Tóquio, para uma plateia formada por empresários do ramo alimentício, desejosos em conhecer o mercado brasileiro e seu potencial de aceitação dos produtos japoneses.

O chef Shin fez um diagnóstico das preferências de sabor dos brasileiros com relação à culinária japonesa, dividindo a palestra nos seguintes tópicos:

  • Restaurantes japoneses em São Paulo: transformações e escala de mercado
  • A presença da culinária japonesa na comunidade japonesa e na sociedade brasileira
  • Radiografia dos restaurantes japoneses
  • Obtenção de ingredientes para a culinária japonesa
  • – produtos brasileiros e peixe

    – legumes, frutas e carnes

    – chá

    – arroz

    – produtos instantâneos

    – produtos desidratados

    – utensílios e aparelhos de cozinha

  • Importação de produtos alimentícios: saquês, temperos e produtos industrializados

Com relação ao arroz, o chef Shin destacou que a maioria dos bons restaurantes japoneses no Brasil utiliza o arroz importado dos Estados Unidos (arroz califórnia) ou do Uruguai, que tem oferecido uma boa safra de nihon-mai, o arroz japonês. Destacou a ausência de produtos desidratados nacionais e de bons produtos instantâneos, com exceção do macarrão, apesar da demanda cada vez mais crescente por produtos semi prontos para uso doméstico.

Segundo Tetsuya Inoue, diretor vice-presidente da Jetro de São Paulo, que acompanhou a viagem, a plateia se mostrou extremamente interessada, levantando muitas questões e solicitando dados complementares ao chef Shin Koike, um demonstrativo de interesse dos produtores japoneses pelo mercado brasileiro.

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Produtos alimentícios apelam para os personagens de anime e mangá
A Jetro, com esta viagem, visa a promover a importação de produtos marinhos japoneses no Brasil. Há um mercado crescente para isso, mas há também barreiras de alfândega e a burocracia, que atrasam a importação, prejudicando o prazo de validade dos produtos. O chef Shin solicitou aos produtores japoneses empenho para oferecer produtos de valores mais baixos para amortizar o impacto dos altos impostos brasileiros, que em alguns casos chega a quintuplicar o preço final ao consumidor.

O chef Shin ressaltou a mudança de perfil do consumidor brasileiro, mais exigente com relação aos produtos oferecidos pelos restaurantes. O público brasileiro já pede shoyu de qualidade, o shoyu importado, nos bons restaurantes. O mesmo tem acontecido com o saquê. É uma tendência exuberante, que se alinha à elevação da qualidade da gastronomia japonesa praticada no Brasil.

Além disso, no Brasil, a gastronomia japonesa está se consolidando como uma culinária de celebração. Isso se torna evidente nos restaurantes em datas festivas, como no dia dos pais ou das mães e aniversários, quando a maioria opta por uma boa comida japonesa. Daí, a importância em oferecer produtos de ótima qualidade e com novidades que o mercado brasileiro ainda desconhece.

Jo Takahashi Jo Takahashi foi consultor de arte e cultura na Japan Foundation, onde atuou por 25 anos como administrador cultural. Agora, migra essa experiência para a sua produtora independente, a Dô Cultural, que propõe um conceito design de formatar e desenvolver o projeto cultural.
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