Conteúdo da Hashitag #22

Lojas de produtos orientais

lojas de produtos orientais

A Mercearia Itidai fica localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo. Foto: Rafael Salvador

Buscar por produtos orientais para abastecer a despensa nem sempre é fácil. Ainda que as gôndolas dos supermercados tenham reservado novos espaços para os temperos e ingredientes da culinária asiática, alguns mais específicos ainda precisam ser garimpados. Por isso, as mercearias e importadoras têm uma importante missão de abastecer o mercado com as novidades e suprir as necessidades de quem quer reproduzir a comida de lá do outro lado do mundo aqui no Brasil.

Algumas lojas de produtos orientais da região central já são bem conhecidas pelo público gourmand, mas hoje em dia, também é possível encontrar alternativas em outros bairros de São Paulo. Dependendo da mercearia, até saem mais em conta ou conseguem oferecer uma variedade diferente de produtos.

Sem filas

Além de servir como alternativa para fugir das filas, as lojas de bairro podem oferecer uma grata surpresa com relação aos preços. Afinal, ao colocar tudo na ponta do lápis, é preciso considerar não só o preço da etiqueta como também o custo do transporte e o tempo de deslocamento.

Daniel Iwata administra a mercearia Itidai há um ano na Aclimação. Ele já era morador do bairro e conta que sentia dificuldade de ter que ir até o bairro da Liberdade para fazer compras. “Lá está sempre cheio e ainda tenho que levar em conta o preço do estacionamento”, lembra.

Daniel Iwata e Adriano Kato, ambos da mercearia Itidai. Foto: Rafael Salvador

Isso fez ele perceber que existia espaço para abrir um negócio no bairro, contou com a ajuda de amigos que já trabalham na área e começou a planejar a loja. “Comecei a vender um pouco de tudo e aos poucos fui aumentando a variedade. O que mais temos vendido é o arroz, pois conseguimos manter com um preço competitivo”, comenta Iwata.

Antes de abrir a loja, Iwata já conhecia a dinâmica do comércio, mas de um outro ramo, o de materiais de construção. Ele explicou que a principal diferença que sentiu é que, por trabalhar com produtos perecíveis, tem que estar sempre atento ao prazo de validade. Por isso, costuma anotar tudo numa agenda e, se o produto estiver próximo à data de validade, recorre a promoções para incentivar as vendas.

Quem ensinou o caminho das pedras a Iwata foi seu amigo Thiago Kishimoto, que seguiu um caminho semelhante. Há 12 anos, ele saiu de uma loja de ferramentas para investir no próprio negócio, a loja Urizun, no bairro do Carrão, zona leste de São Paulo.

A mercearia Urizun fica localizada na região do Carrão, Zona Leste de São Paulo. Foto: Rafael Salvador

Thiago já tinha experiência com o comércio de ferramentas. “É bem diferente trabalhar com alimentos, pois são produtos perecíveis e temos que ter um controle maior do estoque”, explicou.

O nome Urizun significa “primeiros ventos da primavera” no dialeto de Okinawa (uchinaguchi), o que já indica as origens da loja. Não foi por acaso que Thiago e sua esposa Sayuri escolheram o ponto da loja na zona leste da capital. A região é habitada por muitos imigrantes e descendentes okinawanos e isso influencia diretamente na seleção de produtos. De acordo com o gerente Anselmo Ono, não podem faltar goya (como o nigauri é chamado na província de Okinawa), joelho e orelha de porco e kamaboko vermelho, afinal, são ingredientes muito usados na culinária típica daquela região.

Conheça a culinária típica de Okianawa

Diversificação de produtos e serviços

Da pequena loja com 500 itens à venda, eles passaram a administrar mais de 5 mil itens, abriram uma segunda unidade no Tatuapé e diversificaram os serviços passando a atuar como importadores e a prestar serviços de entrega direta em restaurantes.

“Mesmo quem não é descendente de orientais gosta de vir para a loja e se arriscar com novos produtos e temperos diferentes. Na unidade do Tatuapé, passamos a desenvolver cursos de culinária em parceria com a Sakura Alimentos para os nossos clientes aprenderem dicas de como usar os ingredientes”, comentou Kishimoto ao reconhecer que o interesse pela culinária asiática, não só pela japonesa, tem aumentado, estimulando a diversificação de produtos da loja.

O proprietário Thiago Kishimoto e o gerente Anselmo Ono, da mercearia Urizun. Foto: Rafael Salvador

Um indício visível é que a distribuição de alimentos coreanos tem aumentado nas mercearias de produtos orientais. Ao comparar preços, Iwata revela que mesmo em caso de produtos similares, os valores são mais em conta que os de importados japoneses. “No caso das panelas elétricas, as marcas japonesas já não podem mais ser comercializadas no Brasil, pois não são autorizadas pelo Inmetro. A maioria que chega é coreana, pois já vêm com o plugue no padrão brasileiro”, explica Iwata.

Variedade de produtos

Variedade também é o que não falta à loja de Sérgio e Taeko Toriyama. Mesmo escondido dentro de uma galeria perto da avenida Paulista, o mercado Made in Japan tem movimento constante e mantém uma clientela há 20 anos. “Nosso público é bem específico. Atendemos especialmente os japoneses que vieram para o Brasil a trabalho”, explica Sérgio.

Taeko Toriyama é a proprietária da loja Made in Japan, em São Paulo. Foto: Rafael Salvador

Como a intenção é oferecer produtos para que os expatriados do Japão possam matar as saudades da terra natal, Sérgio explicou que a loja trabalha essencialmente com produtos importados e variedades de verduras e cortes de carnes típicos de lá. “Algumas verduras são mais difíceis de encontrar em outros mercados, pois vêm de pequenos produtores, como é o caso do mizuna, kushinsai e o tomate momotaro, por exemplo.”

A loja Made in Japan oferece um espaço para troca de livros em japonês para os clientes. Foto: Rafael Salvador

Ainda de acordo com o dono da loja, entre os produtos mais procurados estão os ovos orgânicos, determinadas marcas de lámen instantâneo e as variedades de molhos, muito consumidos nos lares japoneses.

Acompanhando as tendências do mercado, o casal também procura trazer para loja aquilo que está em alta no Japão. Entre as “modas” mais recentes estão o shochu, o curry verde (que virou uma febre no país pelas influências da culinária tailandesa e do sudeste asiático) e o lámen de missô, que costuma ser mais procurado no inverno.

Para manter as prateleiras sempre com produtos frescos, cada dia da semana tem reposição de algo novo. Terças, quintas e sábados são os dias das verduras e cogumelos, e quartas e sextas, de pães.

Sérgio contou que, nesses anos de experiência com a loja, foi aprendendo a se ajustar às necessidades do público. “Eu tinha o sonho de abrir um negócio com a ideia de reproduzir o modelo das lojas de conveniência do Japão, oferecendo serviços de impressão de fotos e espaço para que as pessoas pudessem esquentar água e comida, por exemplo, mas não eram muito usados”, continuou, “e fomos aprendendo com os erros e acertos”. O que não mudou até hoje, explicou Sérgio, é a atenção ao atendimento ao cliente, que faz toda a diferença para um público exigente como o japonês. “Esse respeito ao cliente acaba se tornando recíproco e retorna em dobro”.

Encontre as lojas de produtos orientais mais próximas

Urizun (Carrão)

Avenida Conselheiro Carrão, 2673
Funcionamento: seg a sáb, das 8h às 20h e dom. e feriados, das 8h às 13h

Urizun (Chácara Santo Antônio)

Rua Vale Formoso, 45
Funcionamento: seg a sáb, das 8h30 às 19h30

Itidai (Aclimação)

Rua Rodrigo Cláudio, 138
Funcionamento: seg a sáb, das 8h às 19h e dom, das 8h às 12h

Made in Japan (Bela Vista)

Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 2344
Funcionamento: seg a sex, das 8h às 19h e sáb, das 9h às 18h

Mercearia Sukiyaki (Saúde)

Avenida Jabaquara, 1744
Funcionamento: seg a sex, das 7h às 19h, sáb, das 7h às 18h e dom, das 7h às 12h

Ohashi (Butantã)

Avenida Comendador Alberto Bonfiglioli, 687
Funcionamento: seg a sexta, das 8h às 19h, sáb, das 8 às 18h e dom, das 8h às 13h

Konbini (loja virtual)

www.konbini.com.br

 

Para encontrar outras lojas acesse o Guia de Restaurantes Japoneses

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