Crepe estilo japonês

Novo negócio: Crepe estilo japonês

Henrique Minatogawa

Das vivências no Japão, a administradora Miriam Ishikawa enxergou uma nova oportunidade de negócios em gastronomia no Brasil. Depois de morar em Tokyo e conhecer o crepe estilo japonês, resolveu apostar na novidade para o público jovem.

Inspiração e adaptação

Henrique Minatogawa

Ao voltarmos de uma viagem, mais que camisetas, broches e ímãs de geladeira, são as comidas que têm um grande poder de nos levar de volta para um lugar e um tempo especiais.

“Em 2010, estava no Japão, morando em Tokyo. No meu tempo livre, costumava ir na estação de Shibuya, fotografar a estátua do cachorro Hachi, e depois ir a Harajuku comer crepes”, conta Miriam Ishikava, proprietária da Hachi Crepe & Café, em São Paulo, com formação em administração de empresas e MBA em hospitalidade.

“Quando resolvi abrir um negócio, decidi que tinha que ser algo que não tivesse no Brasil e algo que eu sentia falta do Japão: o crepe japonês”, afirma Miriam. Qual a característica, então, do estilo japonês de fazer crepe?

Em comparação ao crepe francês, a preparação no estilo japonês resulta em uma massa mais fina e macia. Dessa forma, a massa pode ser enrolada até se tornar um cone. É exatamente o formato que logo diferencia os estilos.

No preparo, a massa é distribuída sobre uma chapa redonda e aplainada uniformemente. A atenção ao ponto exato é fundamental. Caso a massa fique muito grossa ou crocante, não poderá ser enrolada.

Com a massa retirada da chapa e colocada em outra superfície, vem a etapa de colocação dos recheios. Os mais comuns são frutas frescas, chantilly e sorvete. Em seguida, acontece a finalização com coberturas diversas e confeitos. “Depois criamos várias outras opções, como crepes salgados e com doces mais incrementados, como pudim e brownie”, conta Miriam. Há também um crepe de macha (chá verde) com mochi (bolinho de arroz) e anko (pasta de feijão doce), resultando em um sabor muito tradicional japonês.

Henrique Minatogawa

O café, localizado no bairro da Liberdade, foi inaugurado no fim de 2011. Primeiro, em um local próximo à praça. “Na época, era o único lugar disponível com preço acessível. Era um quiosque no começo; depois começamos a alugar vários boxes vizinhos ao longo dos anos, mas não era muito bem o que eu projetava para o estabelecimento”, lembra Miriam.

Identidade e variedade de sabores

Henrique Minatogawa

“No início, servíamos apenas crepe japonês e alguns salgados com café como complemento. Foi difícil, precisávamos criar crepes salgados servidos no prato, como se fosse uma refeição e lanches no geral. Conforme os clientes foram conhecendo os crepes, chegou o momento em que a casa realmente ficou especializada em crepes, então retirei os outros produtos do cardápio. Resolvi manter os crepes no prato, no estilo francês, pois durante a semana o movimento é grande na hora do almoço com esses tipos”, diz Miriam, destacando que o carro-chefe ainda é, sem dúvida, o crepe estilo japonês, em forma de cone.

Qual seria o mais popular? “É o crepe especial, o crepe japonês que o cliente pode montar, escolhendo as frutas, cobertura e o sabor do sorvete, e acompanha um stick de chocolate. Também pode colocar adicionais como Nutella, Ovomaltine, mais sorvete etc. Já fizemos algumas continhas, e deu mais de 26 mil combinações para montar o seu crepe”. Vale ressaltar que o crepe no estilo japonês pode ser servido no prato também.

Em 2015, o café se estabeleceu no seu endereço atual, na rua Galvão Bueno. “‘Hachi’ significa ‘oito’ em japonês. Oito é o número da sorte para eles; dois números oito formam um trevo. O logo da Hachi é um trevo e são dois infinitos, tipo Hachi Eterna”, explica Miriam. “No novo endereço, a Hachi realmente ganhou uma identidade”, completa.

A decoração é realmente muito marcante. Há uma parede repleta de recados escritos pelos clientes, um mural de fotografias e um display com revistas japonesas logo na entrada. “Quando abri a Hachi, costumava colocar a minha playlist misturando J-pop, K-pop, músicas americanas, brasileiras… Aí o pessoal foi curtindo o som e começaram a comentar que a Hachi é um lugar que toca música oriental.”

Essa identificação com a música pop oriental rendeu um novo item de decoração: uma parede autografada por artistas que visitaram a Hachi. “Já recebemos bandas japonesas, mas a maior parte foi de bandas coreanas”, lembra Miriam. O grupo que iniciou essa tradição foi a coreana Stellar. Depois, vieram VAV, Blanc7, Broken Doll, Mr. Mr. e Joe Inoue, entre outros.

Henrique Minatogawa


O menu também está em constante evolução. “Sempre pesquiso as novidades do Japão pela internet e viajo para lá também. Nem tudo conseguimos fazer aqui no Brasil, pois o paladar é diferente e também não encontramos alguns ingredientes. Então fazemos um crepe tradicionalmente japonês e alguns adaptados ao gosto brasileiro. Sempre anoto as sugestões dos clientes e sempre faço testes. Meus colaboradores participam também e assim definimos”, completa Miriam.

Hachi Crepe & Café

Onde: Rua Galvão Bueno, 586, Liberdade, São Paulo-SP
www.hachicrepecafe.com.br
Facebook: @hachicrepecafe
Instagram: @hachicrepecafe

Leia mais: O café e o Japão, uma relação duradoura

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