Conteúdo da Hashitag #11

Bom-dia japonês

setto cafe blue tree
Componentes básicos: misoshiru, nattô, arroz branco e chá verde Fotos: Henrique Minatogawa/ Nikko Fotografia
Arroz, sopa e peixe grelhado. Para os hábitos ocidentais, parecem opções para o almoço ou jantar. Para os japoneses, são ingredientes do café da manhã.

Esse choque cultural pode parecer inofensivo, mas vale lembrar que a primeira refeição do dia pode ser determinante para o humor de uma pessoa. Situação tal que pode ser agravada no caso de quem passou 30 horas no avião do Japão até o Brasil.

Em São Paulo, #hashitag visitou dois hotéis que oferecem café da manhã estilo japonês para seus hóspedes. Ambos estão localizados na região da avenida Paulista, onde se concentram escritórios de empresas japonesas no Brasil.

Basicamente, o café da manhã estilo japonês é composto por arroz branco (shiro gohan), misoshiru, tamagoyaki (tipo de omelete), nattô (pasta de soja fermentada), peixe grelhado (yakizakana) e conservas variadas; para beber, chá verde.

O café da manhã japonês não está restrito aos hóspedes. Não hóspedes também podem usufruir o serviço como se fosse um restaurante normal.

No sistema de buffet (em que cada pessoa se serve à vontade), a seção com alimentos japoneses divide espaço com opções ocidentais tradicionais, como pães, frios, laticínios, doces e frutas.

Trabalho de acompanhamento

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Os ingredientes do Intercontinental são todos importados

“Nosso café da manhã, assim como toda a parte do serviço direcionado para o público japonês, foi adaptado para atender esse segmento”, afirma Katia Miyada, gerente de vendas do Hotel Intercontinental e responsável pela implementação desse serviço.

“Costumo ir anualmente ao Japão, ocasião em que fico por vinte dias. Vou aos congressos da Jata [Japan Association of Travel Agencies], onde se discute o que o hóspede japonês espera encontrar quando vai para o exterior e o que fazer para que ele não sinta tanto a mudança dos serviços aos quais está acostumado no Japão. Vejo que tem que ser feito um trabalho de acompanhamento de todos esses pontos de qualidade e apresentação”, completa.

“Alguns hóspedes fazem reuniões de trabalho, convidando pessoas de fora para tomar o café da manhã japonês. Um de nossos clientes é um empresário espanhol. Ele vem aqui tomar o café da manhã japonês com empresários japoneses”, finaliza Katia.

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Arroz para o café da manhã

Menu característico

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Buffet de café da manhã japonês do Blue Tree

No Blue Tree Premium Paulista, o serviço de café da manhã japonês é oferecido desde a inauguração, no ano 2000.

“O hotel possui um grande número de hóspedes orientais, o que demandou a criação de serviços exclusivos para esse público”, explica Sumico Hirose, diretora de vendas internacional da rede Blue Tree.

“Como o cardápio japonês é um diferencial do hotel, essa informação sempre é repassada para aqueles que entram em contato. O inverso também acontece: muitas pessoas ligam já buscando informações específicas sobre o menu japonês que disponibilizamos”, completa.

Para avaliar o serviço, o hotel utiliza o guest comment e também o contato direto com os hóspedes. “Os hóspedes, tanto brasileiros como orientais e de outras nacionalidades, também comentam com os colaboradores do hotel sobre a satisfação de poder desfrutar um menu tão característico”, conta.

Em busca do tamagoyaki perfeito

Edvaldo Silva Intercontinental
O subchef do Intercontinental, Edvaldo Silva, é o único que sabe preparar o tamagoyaki no hotel

Uma das opções de destaque no café da manhã do Hotel Intercontinental é o tamagoyaki. Apelidado “omelete japonesa, é um prato feito com ovos grelhados em uma frigideira retangular.

Na verdade, não é tão simples assim. Além de ser preciso acertar a medida certa dos ingredientes (leva açúcar, shoyu, sal e saquê mirin), há atenção ao modo de organizar firmemente as finas camadas. O resultado final não pode ser irregular, tanto na forma como na cor.

Edvaldo Silva, subchef do Intercontinental, aprendeu como preparar o tamagoyaki no Japão. Em 2007, ele passou vinte dias no país como integrante da organização de um evento sobre culinária brasileira em Yokohama.

“Quando fui ao Japão, vi o chef de lá fazendo o tamagoyaki. Como sou curioso, fiquei do lado dele olhando. Peguei a receita e comecei a praticar aqui”, diz Edvaldo. Hoje, ele é o único que sabe preparar o tamagoyaki no hotel.

“Se os hóspedes japoneses virem que está na forma e cor que eles gostam, comem tudo. Se estiver queimado ou muito irregular, não comem”, afirma.
A experiência no Japão trouxe influências no trabalho do chef, como a atenção à pontualidade e o combate ao desperdício.

“Às vezes, sou chamado para conhecer o hóspede na mesa. Converso e pego ideias deles para melhorar nosso café. Quero saber a opinião deles. Por exemplo, aprendi com um cliente a usar a água do cozimento do tofu para fazer o misoshiru. A esposa dele que fazia assim”, conta Edvaldo.

Pequeno almoço

O hotel Matsubara oferece aos domingos, das 11:00 às 15:00, o brunch japonês.

Entre os pratos quentes, estão gyoza, kakiage, shimeji, yakisoba, misoshiru, yakimeshi e yakitori. Diversas opções de sashimi, sushi e temaki também compõem o menu.

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